Se não sei de você, não sei de mim
Se não sei de mim, não sei de mais nada...
Respirar a ansiedade desse aperto no peito
Sentir essa solidão maior que a solidão de não viver
Tem nela um vazio que contém um vazio infinito
A eternidade do dia que não vai nascer
Torna efêmero esse momento que tem de doer
É angustiante a imensa escuridão desse grito
Na angústia de um grito maior que não sai
Um grito entre dois gritos que é a aflição do silêncio
E todo o silêncio que angustia é túmulo das palavras
Como se fosse talvez a morte do que dá vida à poesia
Como se a beleza de tudo esmorecesse para sempre
E nesse desfalecimento sucumbisse qualquer esperança
Revolver as cinzas de si mesmo no que resta de luz
Essa fresta na alma num vão da inútil imaginação
Esse resvalar de um último e fugidio pensamento
Que nessa sede bebesse o veneno de todas as palavras
Que ao menos as cicatrizes das lembranças não latejassem
Que ecoasse no silêncio a expiração de um último poema
E pronto! Que o deserto fosse imenso para a solidão
Que eu não precisasse mais sentir em cada dia que nasce
Necessidade alguma de legar essa angústia à posteridade
Eu não sei viver somente a metade sem a metade de mim
Só sei caminhar nessa estrada se o caminho não tiver fim
E se o vindouro amanhecer me encontrar imerso em quietude
A luz que nasce impune me apagará paisagens dos olhos
A brisa leve derrubará qualquer força de minhas vontades
E meu desejo erguerá catedrais de vidro para as horas
E no altar do desespero sacrificarei toda a paz que tenho
Revolverei os escombros dos momentos em busca de esquecimento
E tudo ruirá diante da incomensurabilidade do eterno medo
Segredos insepultos gerando vermes que corroem as entranhas
Que brotarão das feridas dessas lutas tamanhas, tão estranhas, antanhas
E dissipando o que trago de mais caro na sala de tesouros
Escondendo-se por trás do tímido sorriso que ilude
Da palavra despercebida que mais encanta
Nos versos da canção que ninguém mais canta
Reinará o monstro da angústia que matar nunca pude
O que me acalenta é a existência inegável do silêncio
E a incerteza da possibilidade do grito é o que me desencanta
Trazendo a absoluta certeza de não saber de mim, nem de mais nada...
Se não sei de mim, não sei de mais nada...
Respirar a ansiedade desse aperto no peito
Sentir essa solidão maior que a solidão de não viver
Tem nela um vazio que contém um vazio infinito
A eternidade do dia que não vai nascer
Torna efêmero esse momento que tem de doer
É angustiante a imensa escuridão desse grito
Na angústia de um grito maior que não sai
Um grito entre dois gritos que é a aflição do silêncio
E todo o silêncio que angustia é túmulo das palavras
Como se fosse talvez a morte do que dá vida à poesia
Como se a beleza de tudo esmorecesse para sempre
E nesse desfalecimento sucumbisse qualquer esperança
Revolver as cinzas de si mesmo no que resta de luz
Essa fresta na alma num vão da inútil imaginação
Esse resvalar de um último e fugidio pensamento
Que nessa sede bebesse o veneno de todas as palavras
Que ao menos as cicatrizes das lembranças não latejassem
Que ecoasse no silêncio a expiração de um último poema
E pronto! Que o deserto fosse imenso para a solidão
Que eu não precisasse mais sentir em cada dia que nasce
Necessidade alguma de legar essa angústia à posteridade
Eu não sei viver somente a metade sem a metade de mim
Só sei caminhar nessa estrada se o caminho não tiver fim
E se o vindouro amanhecer me encontrar imerso em quietude
A luz que nasce impune me apagará paisagens dos olhos
A brisa leve derrubará qualquer força de minhas vontades
E meu desejo erguerá catedrais de vidro para as horas
E no altar do desespero sacrificarei toda a paz que tenho
Revolverei os escombros dos momentos em busca de esquecimento
E tudo ruirá diante da incomensurabilidade do eterno medo
Segredos insepultos gerando vermes que corroem as entranhas
Que brotarão das feridas dessas lutas tamanhas, tão estranhas, antanhas
E dissipando o que trago de mais caro na sala de tesouros
Escondendo-se por trás do tímido sorriso que ilude
Da palavra despercebida que mais encanta
Nos versos da canção que ninguém mais canta
Reinará o monstro da angústia que matar nunca pude
O que me acalenta é a existência inegável do silêncio
E a incerteza da possibilidade do grito é o que me desencanta
Trazendo a absoluta certeza de não saber de mim, nem de mais nada...