O que estamos fazendo aqui?
Tenho por hábito chegar à janela antes de deitar. E contemplando o firmamento repleto de estrelas, reflito: Fazemos parte desses emaranhado de astros!... Nosso planeta não passa de um minúsculo ponto perdido no espaço... O que estamos fazendo aqui?... Será que estamos sozinhos?
Neste momento, evocando o livro de Jostein Gaarder, pergunto: Ei! Tem alguém aí?... Talvez na esperança de que algum anjo, viajando pelo espaço, me escute; e de sua nave responda minha pergunta.
Mas a fustigante incerteza continua... E assim, olhando o céu, com a satisfação do dever cumprido, agradeço pelo dia que passou e me recolho.
Hoje, o silêncio é envolvente...
Lá fora não há piados de coruja, latido de cães, nem música ao longe...
Aqui dentro, num ritmo constante e inabalável, o tic-tac do relógio marca, impassível, a passagem do tempo.
Olho pro céu. Está encoberto.
Ontem havia lua, estrelas e romance; a brisa era leve e o perfume das damas da noite inundava o ambiente.
Hoje, nuvens encobrem a lua e as estrelas. Já não há romance e as flores se encolhem ante a falta de calor.
Sei, entretanto, que por trás do nevoeiro existe um céu exuberante; repleto de magia... E uma lua, pronta a trazer ao coração dos homens o lenitivo da esperança.
Assim, por certo, amanhã, sem nevoeiro: Novos romances, novas alegrias, outras ilusões enfeitarão as noites.
Até que novamente, o vento, emoldurando a passagem do tempo: Traga outras nuvens; obrigando o homem a parar... Refletir... E ainda sem entender, comece a enxergar sua insignificância.
Talvez aí, ele, o Homem, esteja pronto a transpor as nuvens e se integrar ao Todo.
E assim será por todos os séculos e séculos...Quer você queira ou não.
Lisyt