Desejos
Se pudesse escolher, não tinha vontade de você. Te encontrava sabendo do riso, sem a certeza do beijo. Te via sabendo do espelho, sem a certeza do gosto.
Vou sentir falta de estar com você... do riso fácil, das madrugadas juntos, das palavras não ditas, de te contar bobagens e verdades. Mas gente precisa se conhecer. Precisa ganhar voz, olho, som de risada.
Vai ser bom conhecer você. Levar pela vida a tua lembrança real.
Só assim, um dia, daqui há muitos anos, vou poder contar para uma amiga, entre um biscoito e outro, do rapaz que me chamava de anjo e com quem o riso era fácil desde a primeira linha. Assim, também sei que, depois que esquecer o meu nome, você ainda vai se lembrar da moça meio boboca e de sorriso solto que gostava de escolher sorvetes pela cor e dançar de olhos fechados.
Então, vou até você. Mas torço para não dar vontade. Só assim, daqui há 30 anos, a gente vai poder dar risada disso, quando passar na casa do outro para comer rabanada entre o Natal e o Ano Novo.
Sei que os beijos dariam em suspiros e que o toque daria em arrepio. Ainda assim, prefiro as rabanadas.
Dezembro de 2009
Se pudesse escolher, não tinha vontade de você. Te encontrava sabendo do riso, sem a certeza do beijo. Te via sabendo do espelho, sem a certeza do gosto.
Vou sentir falta de estar com você... do riso fácil, das madrugadas juntos, das palavras não ditas, de te contar bobagens e verdades. Mas gente precisa se conhecer. Precisa ganhar voz, olho, som de risada.
Vai ser bom conhecer você. Levar pela vida a tua lembrança real.
Só assim, um dia, daqui há muitos anos, vou poder contar para uma amiga, entre um biscoito e outro, do rapaz que me chamava de anjo e com quem o riso era fácil desde a primeira linha. Assim, também sei que, depois que esquecer o meu nome, você ainda vai se lembrar da moça meio boboca e de sorriso solto que gostava de escolher sorvetes pela cor e dançar de olhos fechados.
Então, vou até você. Mas torço para não dar vontade. Só assim, daqui há 30 anos, a gente vai poder dar risada disso, quando passar na casa do outro para comer rabanada entre o Natal e o Ano Novo.
Sei que os beijos dariam em suspiros e que o toque daria em arrepio. Ainda assim, prefiro as rabanadas.
Dezembro de 2009