Mercúrio a Plutão

Dum avesso, parei distante

Pensei vezes, matutei

Pensamentos em rotação contínua com a lua

Buscaram-me, persuadiram-me

Ó, quanta pureza!

Do broto ao rebrote, bebi do caldo

Sorvi fiéis codinomes infelizes, traduzi-os

Nem sequer os merecia, porém o sol se ausentara...

Debalde, fronte às incólumes veias de vitrine, parei inda mais

Tinha fome de nutrir a inanição, sede de ocasião

Confronto entre o sim e o não.

Láparo crescido no abrigo divino

São mesclas do manjar com o achar, o conjeturar

Nem avento mares sem fundo, talassofobia

Meus meios sem preços, vão do apreço ao feno

Breve ao pascigo de esmeril, ceifando e só

Deixe que deite a chuva!

Suas gotas deleitar-se-ão em fonemas aduncos

Mistérios renascerão em letras arfadas, desgovernadas

Não primarão por nossas extinções

Sábios que somos, limparemos nossas latrinas

Com marcas, carimbos e escolas.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 24/08/2006
Código do texto: T224221
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