A caminhada rotineira hoje, foi apenas para lembrar, que este fim de tarde, quase noite, bem que poderia tudo mudar. Andava e cantarolava um refrão, enquanto a mente vagava pela paisagem.
Os passos que duraram uma eternidade, foram lentos, segurando os pés no chão, mas compensaram depois pela minha visão ou seria um sonho?
Vi sua imagem ao longe, olhando para um céu cinza escuro, talvez vendo lugares que ninguém encontrará, seus sentimentos também pareciam estar ali. Juro que o vi chorar!
Você estava sózinho e eu queria abraçá-lo por um segundo, apenas isso e ir embora, guardando em meus olhos a eternidade do seu olhar.
Repentinamente, sua imagem, como cinza esboroou-se pelo horizonte, deixando-me em alerta, entendi que não mais estava comigo.
Compreendi tudo, num ápice de segundo, calei minha canção, calei a voz.
Nunca será terminada na partitura de meu coração, a melodia de amor que eu compunha para nós.


06/05/10
  Nem sempre o autor é o personagem


Marilda Lavienrose
Enviado por Marilda Lavienrose em 06/05/2010
Reeditado em 17/09/2013
Código do texto: T2241008
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