Pollyanna era um sonho...,
o sonho de uma mulher que morava em um bairro de classe média, numa cidade qualquer de um tropical país.
Ao contrário das histórias de "era uma vez", não havia um palácio suntuoso, madrasta, bruxa, irmãs malvadas, fadas, sapatinho de cristal, nem carruagem feita de abóbora conduzida por um ratinho simpático, moinhos de vento, e nem cavaleiros andantes, até porque tudo isso é ingrediente de outras histórias!
Havia sim, uma casa normal, um marido, um casal de filhos, sogra, cunhados, genro, nora, e um neto que, assim como os filhos era a sua alegria,
Não havia dragões a não ser o dragão da sua enorme solidão!
Pollyanna era um sonho real, tão real como pode ser um sonho!
Era um sonho acalentado há alguns anos quando ela achava que tudo era possível, até mesmo suportar as agruras de não poder ter vivido o seu próprio sonho!
Assim Pollyanna seria a sua secreta realização pessoal, e seria criada com atenção, carinho e um amor extremado, para que, quando enfim chegasse a hora ela pudesse lhe dizer:
- Vai, segue o teu coração ainda que ele te leve por caminhos ainda desconhecidos. Viva o teu sonho de amor e, mesmo que eventualmente venhas a sofrer não terás jamais a dúvida de que pior seria não ter tentado!
Mas...o tempo passou, e Pollyanna não veio!
Ela sabia que não havia mais nada que pudesse fazer à este respeito,era uma situação irreversível.
Mas um dia ela descobriu que estava viva, que apesar do tempo ela ainda tinha aquela ternura no olhar, aquele sorriso no rosto, aquela meiguice, uma beleza madura e uma paixão que lhe consumia o corpo e alma, e que alguém havia se dado conta disso!
Então ela aprendeu, tal a Pollyanna da outra história, a jogar o jogo do contente, e a perceber sempre algo de bom na essência das coisas e das pessoas.
Ela descobriu o poder da sua própria força, do seu entusiasmo do seu otimismo, e concluiu que nem tudo estava perdido, ainda era possível, ainda que tardiamente, viver o seu outro sonho!
E ela decidiu viver de forma plena e apaixonante!!!
Ainda havia uma luz no fim do tunel da vida!!
antonio carlos de paula
poeta e compositor