eu mesmo
Eu não caibo dentro de qualquer saudade
Que insista em me ter crucificado aos teus pés.
Eu não me enquadro em ângulos retos de amores
Não me deito em bancos macios de desejos
Onde a solidão primeiramente estendeu os seus lençóis
Não adentro as igrejas ortodoxas ou protestantes
Que apregoam a eternidade da paixão e do amor
Não ilumino a face perante as velas da tristeza
Que queimam solenes defronte ao altar do abandono
Eu não engulo as hóstias de desesperanças
E não bebo no meio da missa o cálice da decepção
Eu não vergo os joelhos sobre os tapetes desilusão
Eu não balbucio orações implorando o perdão
Não peço em preces a volta de um amor que já se foi
Não rumino lembranças vãs do desejo que se apagou
Eu não faço promessas para um bem querer voltar
Minha força é meu canto, minha fé a poesia
Pra toda tristeza e desencantos que resulta o amor
Eu mostro o lado forte da vida, eu trago a alegria
guardada na palma da mão.