O BICHO DO MAL
Sei o que doi a dor, porque ela deixa inapagáveis marcas. O tempo faz delas tatuagem. Nos olhos mergulha a resignação, e há uma luz tênue em direção ao horizonte. Todo dia chega a portas fechadas. Na boca permanece o olor das possíveis delícias de sois e chuvas. Luzem ao longe planos de que não faço parte. E a lágrima arranha rugas e sulcos. Nem a esperança afoga o sal sob a pele. Jaz em mim o olhar de um morto.
– Do livro A URGÊNCIA ESSENCIAL, 2013.
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