Sem Amor

Sei das dunas que me andam por dentro

Sei de todas elas!

Incontáveis e lamacentas, donas do pó que punge.

Sei das distâncias por elas percorridas

Das cores das suas areias

Do odor das suas conchas

Das garrafas com mensagens de amor.

Sei da potência de sua aragem

Dos véus, membros de tua imagem

Da vilania dos teus desgostos

(a empanzinar casebres inteiros).

Sei da paciência do teu marasmo,

Quando não sopra o vento

Dos teus rastros de sonhos a largar migalhas

Sei de tudo!

Só me olvido do destino dos teus rastros

E dos açúcares que mancham as cartas.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 22/08/2006
Código do texto: T222641
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