Sem Amor
Sei das dunas que me andam por dentro
Sei de todas elas!
Incontáveis e lamacentas, donas do pó que punge.
Sei das distâncias por elas percorridas
Das cores das suas areias
Do odor das suas conchas
Das garrafas com mensagens de amor.
Sei da potência de sua aragem
Dos véus, membros de tua imagem
Da vilania dos teus desgostos
(a empanzinar casebres inteiros).
Sei da paciência do teu marasmo,
Quando não sopra o vento
Dos teus rastros de sonhos a largar migalhas
Sei de tudo!
Só me olvido do destino dos teus rastros
E dos açúcares que mancham as cartas.