Do amor quando se acaba
Estou agora ouvindo Todo o Sentimento, de Chico Buarque, e me parece que a dor aumenta à medida que meu sentimento é sangue escorrendo pela ferida exposta e dolorida. O amor quando se torna dor é um insuportável lamentar sem fim, o amor quando não há o ser amado é uma queda brusca no abismo do eu.
Meu amor foi embora, ou eu o perdi na luta vã do cotidiano ignorante. Foi para não voltar, batendo a porta, sem dizer adeus. Ficou a lembrança daqueles dias azuis, mas que agora são cinzas, enevoados pela ausência que seca a alma e transborda os olhos, cheios de imagens antes cristalinas.
É incrível pensar que antes sentido havia, mas agora a vida é, no mínimo, vazia. O jarro de flores mortas anda seco, a divina estrela d’aurora não brilha mais, a pomba branca, que antes voava altiva, esfacelada, chora. Como pode arrebentar as ondas quando ontem o mar era calmo? Como pode naufragar o barco que seguia em segurança pelos mares tranquilos?
Enfim, tudo acabou, eu acabei. No fim, o corpo doente é puxado para baixo com força. Abre-se a cova rasa para me cobrir com a terra pesada. A chuva são minhas lágrimas com desespero vertidas.
Estou agora ouvindo Todo o Sentimento, de Chico Buarque, e me parece que a dor aumenta à medida que meu sentimento é sangue escorrendo pela ferida exposta e dolorida. O amor quando se torna dor é um insuportável lamentar sem fim, o amor quando não há o ser amado é uma queda brusca no abismo do eu.
Meu amor foi embora, ou eu o perdi na luta vã do cotidiano ignorante. Foi para não voltar, batendo a porta, sem dizer adeus. Ficou a lembrança daqueles dias azuis, mas que agora são cinzas, enevoados pela ausência que seca a alma e transborda os olhos, cheios de imagens antes cristalinas.
É incrível pensar que antes sentido havia, mas agora a vida é, no mínimo, vazia. O jarro de flores mortas anda seco, a divina estrela d’aurora não brilha mais, a pomba branca, que antes voava altiva, esfacelada, chora. Como pode arrebentar as ondas quando ontem o mar era calmo? Como pode naufragar o barco que seguia em segurança pelos mares tranquilos?
Enfim, tudo acabou, eu acabei. No fim, o corpo doente é puxado para baixo com força. Abre-se a cova rasa para me cobrir com a terra pesada. A chuva são minhas lágrimas com desespero vertidas.