AQUELA MULHER
 
“Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
Ter loucura por uma mulher
E depois encontrar esse amor, meu senhor
Ao lado de um tipo qualquer”... – Lupicínio Rodrigues

 
Aquela mulher, meu senhor, eu a amei acima de qualquer coisa, pois, foi ela que me fez acreditar de novo no amor. Pois, foi com ela que, eu passei os melhores dias da minha vida, acredito também que foram os melhores dias da vida dela. O sentimento que nos unia era forte, gostoso, inominável, parecia que a vida para nós era uma eterna apresentação de blandícias. Foram momentos alegres e de perturbador fascínio, em mim, ela deixou pegadas de luz, esses vestígios continuam vivos como a cor de seus lindos olhos.
Agora sem ela, meu senhor, como eu vou acreditar numa outra qualquer. Eu não entendo como ainda posso amar essa mulher, pois quando a conheci, ela era uma deusa, e, por muito tempo, foi a minha inominável deusa, elevei-a as alturas como a mais alta hierarquia dos anjos, mas hoje, meu senhor, ela é apenas mais uma mulher. Ela, além de deusa, também foi Aldebarã, Luzbel e, por último meu senhor, ela foi a minha senhora querida e muito amada, mas hoje, meu senhor, ela é apenas um sonho que ainda me envolve. Entretanto, eu não acredito que ela tenha ido ao inferno em busca de luz, assim como fazem muitas mulheres, mas, hoje, eu estou inclinado em acreditar que, ela queria somente conquistar o status, essa vaidade moderna que destrói os corações.
Sempre sentimos a distância que permanece entre nós, mas quando conversamos, percebemos que algo entre nós ainda nos une com muita graciosidade.
Seria isso, o amor, meu senhor?
Seus lábios eram de puro mel, os seus olhos dois poços perdidos no meu caminho, e o seu corpo, meu senhor, era o meu doce e eterno porto de carícias. Agora, órfão do destino e esquecido pelo exílio que se fez, eu a vivo em lembranças fugidias para matar as minhas doridas saudades.
Ainda tenho verdadeiras loucuras por essa mulher.