Seus olhos
Seus olhos são mogno, de um marrom sem definição
São labirintos da alma, dos sonhos,
São também espelho, limpido e claros como um lago,
Que mostram em seu brilho todos os segredos de seu espírito.
Seus olhos mostram caminhos que nem eles conhecem
Mostram lugares tão belos e tão encantadores, que se sente vontade de morar nesses olhos.
Quando felizes, esses olhos mostram um pedacinho do céu.
Mostram uma vida de sonhos, uma vida de carinhos
Mas quando tristes, esses olhos trazem toda a dor do mundo,
Todo o sofrimento de uma alma que quer abraçar o mundo, e não tem braços suficientes.
Quando tristes, fazem brotar lágrimas até do mais seco coração.
A vida passa a só ter sentido perto desses olhos depois que os conhecemos.
A primavera fica sem cor, o outono sem sua beleza fria;
Depois que vemos a clareza desses olhos, nunca mais acreditamos em outros olhos,
Nunca mais queremos outros olhos nos vendo,
Nada se teme sob o poder desses olhos, nada se esconde deles,
Diante da cor que só ele tem, tudo fica cinza quando ele está longe.
Nada tem preço para ve-los radiantes, nada é demais,
Todo sacrifício e renúncia é pouco para senti-los contentes.
E quando eles se fecham, é como se o sol se apagasse,
E todo o calor fosse embora.
É como se toda a luz virasse treva, e todo caminho se estreitasse.
Esses olhos que tanto quero comigo,
Esses olhos pequenos, mas do tamanho do mundo!
Olhos mansos, olhos calmos, que trazem uma paz que não se explica,
Que trazem uma cor a vida, que não se mede.
Olhos que quero pra sempre, olhos que quero que me guiem onde eu for,
Olhos que preciso para entender a vida, e entender meu mundo.
Olhos que quero acordar e dormir vendo.
Olhos que quero perto quando os meus se fecharem.
Seus olhos, que me enchergam mesmo quando estão longe, e me protegem mesmo quando tudo parece perdido.
Que seus olhos se percam nos meus, e se encontre nos meus para sempre.