Leve-me porque sou leve
Eu sou leve. Leve como um passarinho. Como o vento que não se pode tocar. Fugaz como um brilho no olhar.
Eu sou leve como um sopro que despedaça a leve pluma da flor. Meus pensamentos são só revoada. Se agitam e depois vão bem alto no ar.
Sou leve como o grão de areia que se move com o leve empurrão do vento e desmancha a pegada efêmera que, leves, os pés vão traçar.
Sou leve como a chama na combustão do ar, que se esvai em cores e enche um balão a voar.
Leves as relíquias da memória. Leves os registros da história. Ou o papel da promissória...
Eu sou leve. Tenho um amor leve que fulgura tênue entre medos e ímpetos e desejos e um breve estar.
Eu sou leve. A caneta desliza leve no balé dessas letrinhas que desenham as ideias em leves sentimentos de amar.
Sou leve. Eu sou leve. Sejamos leves como nossas sombras sem rosto.