Minha Caminhada


Vou assim, andando, desde a aurora de minha vida, perpassando a tarde, varando a noite, e rasgando eletivamente a minha alma em prol de purificá-la do que não acho produtivo.
Vou apenas indo, às vezes ainda mais do que alheio, aos conjuntos de meus eus antigos, baseados em impressões terceiras.
Rumo avesso ás minhas vontades podres, oriundas das minhas crenças arraigadas pelas constantes repetições acerca de verdades frágeis.
Vasculho viciosamente o anil silencioso que sempre espreita minha cabeça, na busca do que é real de fato.
Vivo a indagar aos ventos aleatórios, sussurrantes, varredores das mais distintas superfícies, se é esse meu viver preciso, se essa modo de evoluir é mesmo de fato caminhar em sua direção.
Tento grafar, no afã de compreender, acerca da mola mestra dessa massa a meu derredor,
envolta em tão desatinada aventura de experimentar sabor na ilusão.
Penso que não devo ajuntar pedrinhas, se a praça das pepitas não me é, de todo, estranha.
Há, decerto, propósitos obscuros ao meu próprio silencio, inalcançáveis á minha mente pouco lapidada e infectada por influencias vis, porém, aprendi a usar eficientemente a minha intuição.
A decisão de caminhar é o primeiro passo de toda jornada. Dei-o, afinal.
Chegar ao objetivo é uma questão de viver a minha história.