Na Foz do Amor

Voz zabaneira

Que o sapato encarde

Plasmando oxigênio falho

Feito cega navalha a furar a carne

A amar?

A amar!

Não vê olhos, o cego do deserto

Alvoroçada areia mutante

Rã saltadora no toalete equivocado

Poça branda se esbanja a afogar

A amar?

A amar!

Ruído de empreitada varre miolos

Amainadas mágoas, ardentes cios de prata

Haja tepidez!

São roucas as cordas metálicas... As de praxe

A amar!

A amar!

Facho de esmeril na lãzuda íris

Descortinam raras cabeças pensantes

Haja amor!

Na virilha da dor, aportam seres mágicos

A penar?

A penar!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 21/08/2006
Código do texto: T221983
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