DIVAGAÇÕES DE UM NOTÍVAGO
E na madrugada insone fica
À janela um cigarro e pensamentos
Soltos com a fumaça do tabaco
Que para muitos o incômodo que até
Por leis certos lugares proibido.
Muitas perguntas sem respostas
À mente vêm
E turvilhada não descansa e mais perguntas faz.
E à janela carros e pessoas passam
Cada qual no seu mundo com o dele se mistura
E reconhece naquele que passa um próximo.
Palavras não trocam, senão, às vezes
Desconfiados olhares
E a pressa a todos impregnada
Encurta o tempo de uma possível conversa.
Assim passam existências que se reproduzem
De tempos em tempos que se repetem e não cansam
Porque encarnada desde a infância
Educada que não se deve falar com estranhos.
E cada qual no seu mundo
Desconhece até o vizinho
Por vezes e dias dos anos já passados
São igualmente estranhos e assim se quer
E o mundo caberá numa casca de nozes.
Até quando assim será?
Não sei não tenho respostas ainda
Quem sabe no próximo cigarro
As respostas venham
E o vinzinho ao bom dia responda enfim.