Vale de desilusões

Vale de desilusões

Vanderli Granatto

Me jogo ao chão,

Rastejo à procura de algo,

que infle meu ser.

Tornei-me nua,

na imensidão de pedras,

que cobrem este chão.

Onde está a ilusão?

Onde se perdeu meu coração?

O frio me toca, por dentro, por fora...

Sou solidão

Morre os anseios

Me enleio na desilusão.

Nua

Contraída

Ferida

Perdida

Sou nada

Extirparam as vontades,

rasgaram-se os véus,

deixaram florescer a desesperança.

Na selva de pedra gelada,

o amor já não é nada,

além da frieza,

de corações enjaulados,

em si próprios.

Cada um por si.

O outro é outro,

que segue a estrada.

Paro

A crueldade está imperando,

Deixando-me nua de sentimentos.

Me jogo ao chão,

Rastejo à procura de algo,

que infle meu ser.

Procuro corações que ainda tenham esperança.

Que tragam de volta, toda ternura, toda honradez,

toda querência do bem.

Que recubram de encantos a terra,

que deem guarida ao irmão,

que está perdido,

neste vale de desilusões.

Vanderli

25/04/2010

Botucatu/SP