Onde e quando começa o ódio?
Ou mesmo aquela fúria que estoura de repente.
A resposta estava próxima de mim, quando deixei o quarto, chamei o elevador – As mãos empapando de suor, o coração despontando na garganta. O elevador demorou, optei pela escadaria, descobrindo outra semelhança entre os hotéis, às escadas também davam para uma porta corta-fogo, nos fundos do Café. Havia mais pessoas do que o lugar parecia suportar – Reconheci um ou outro falando francês. Os demais hóspedes e seus idiomas eram cuspidos de um lado para o outro e não me preocupei em pensar sobre aquilo. Procurei Estela entre as pessoas que formavam uma fila na recepção. Não havia ninguém próximo aos telefones do balcão. Novamente ocorreu-me o pensamento de que Maurício estaria hospedado no hotel, e o mais perturbador... Estela e Benjamin estarem com ele naquele exato momento. Saí em disparada em direção ao balcão, tiraria a prova de que Maurício Lafer era um dos nomes no livro de hóspedes. Ainda tinha em mente o que Benjamin começava a dizer antes de Estela interromper; “Se tentar... Impedir”. Era óbvio que eu era o incômodo. Bastava olhar para – Filhos da puta... Bastava prestar atenção nas reações eram todos uns mentirosos, bastava olhar para mim... Cecília tentando ajudar? Estela aparecendo de repente, telefonemas suspeitos, conversas suspeitas. Que se foda! Parei alguns passos de chegar à recepção,
Fugirei dessa merda... Se alguém não está mentindo, sou eu.