Fim

Aqui penam as almas pertencentes aos inocentes indecentes.

Reinício do princípio principiante nos principados brasileiros.

Aqui se encontravam beija-flores bacharéis lutando a picadas e ferroadas, bicadas e chifradas. Já não mais assim os vemos. Muitos já se foram, quão partidos seus corações. Dos frutos deste casebre enfeitado a sonhos restaram somente os que ainda devem amadurecer. Hoje o lar deixou de ser ontem.

Aqui penam as almas docentes, esta é, pois, a matriz dos filantropos indigentes.

“...” E o choque visual gagueja silenciosamente. Captam-se insípidos raios ofuscantes, fragmentados em meias visões. Não temo suas ameaças, mas das cargas safanas ebrifestivas me cago de pavor.

“Rás, tum, ploft, pof, soc, badabim, badabum... ufa! Tsc, tsc...”

O tráfego, o tráfico, o trânsito. Apagam-se luzes, acendem-se outras. Cidade da vaidade egocêntrica. A cena se repete angustiantemente. É doce morrer de solidão sem o mar da dor de Val. Nos tiros dos calvos apaixonados aos pés das moças imprestáveis, no choro precipitado de um infante. No nascimento e na morte, e vai a música, e vão as musas luso-brasileiras e os loucos compatriotas.

“Saio.”

“Entro.”

“Caio.”

“Me perco.”

“Acho.”

“Encontro.”

“Encosto.”

“Arrasei.”

“Me arrasei.”

Assim falam as línguas das pessoas que as carregam.

“Eu? Fé? Mesmo?”

“Pó pô pó?”

“Pó pô.”

“Até mais!”

“Até nunca mais!”

Assim pensam. Emitem sons e opinam. Assim debatem ao raiar lunar nas mórbidas noites tropicais, no inverno como em qualquer outra estação. Conspícuos, pândegos e ladrões. Jovens, joviais ou velhos.

“Biiiiii! Bip! Vrum... Vrrrrrrrrrruuuuuuuuuummmmmmmmmmmm!” Correm e não sabem para onde vão. E em vão se vão. ¡Paso a paso, por la calle!

RF

(Junho de 2006, www.osintensos.blogspot.com, Todos os direitos reservados a Shaping Performances, Inc.)

O Intenso
Enviado por O Intenso em 21/08/2006
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