ENUMERANDO LEMBRANÇAS
Saudade é alguma coisa
Que ficou noutro lugar
No ontem das nossas vidas
Num sorriso, num olhar
Num pedacinho de nós...
Cicatriz de uma ferida
Ou manchas n’alguns lençóis.
Saudade da nossa infância
Das nossas incoerências
Até de algumas lembranças
Que não fez parte de nós,
Mas fazia a diferença...
De um sabor que eu nem gostava
Por exemplo, berinjela;
Eu lembro-me que detestava
Também da cor amarela
Desta sim, não tinha nada!
Da fruta figo, em compota,
Credo em cruz livre-me dela!
Outra coisa de que lembro,
Eu não sabia nadar, tremia,
Batia o queixo só em avistar o mar.
O mar que hoje me inspira
Além de medo emoção, respeito
E fidelidade por temer uma traição.
Saudade é dor que não mata
Por mais intensa que seja
Machuca, fere, maltrata
Faz parte da solidão
Das lembranças do passado
Tornando-se inspiração.
É quando o poeta chora
Tentando desabafar
No ombro amigo que o tempo
Vem às vezes lhe ofertar
Juntando a nossa saudade
Nas mansas ondas do mar.
Saudades de uma fragrância,
De uma canção preferida
Ou daquela contradança...
De tanta coisa afinal;
Com certeza eu passaria
Enumerando lembranças
Desde aqui ao carnaval
Porém, me entristeceria
E às vezes isso faz mal.
Brasília, 20/2010
Saudade é alguma coisa
Que ficou noutro lugar
No ontem das nossas vidas
Num sorriso, num olhar
Num pedacinho de nós...
Cicatriz de uma ferida
Ou manchas n’alguns lençóis.
Saudade da nossa infância
Das nossas incoerências
Até de algumas lembranças
Que não fez parte de nós,
Mas fazia a diferença...
De um sabor que eu nem gostava
Por exemplo, berinjela;
Eu lembro-me que detestava
Também da cor amarela
Desta sim, não tinha nada!
Da fruta figo, em compota,
Credo em cruz livre-me dela!
Outra coisa de que lembro,
Eu não sabia nadar, tremia,
Batia o queixo só em avistar o mar.
O mar que hoje me inspira
Além de medo emoção, respeito
E fidelidade por temer uma traição.
Saudade é dor que não mata
Por mais intensa que seja
Machuca, fere, maltrata
Faz parte da solidão
Das lembranças do passado
Tornando-se inspiração.
É quando o poeta chora
Tentando desabafar
No ombro amigo que o tempo
Vem às vezes lhe ofertar
Juntando a nossa saudade
Nas mansas ondas do mar.
Saudades de uma fragrância,
De uma canção preferida
Ou daquela contradança...
De tanta coisa afinal;
Com certeza eu passaria
Enumerando lembranças
Desde aqui ao carnaval
Porém, me entristeceria
E às vezes isso faz mal.
Brasília, 20/2010