Se houvesse condições eu roubaria o seu coração
Não fique triste, não,
O que falei é pura verdade.
Eu vou e volto no amanhecer,
A chuva que me molhou, é a vida,
E de tudo farei para não esquecer você.
Não, não quero que chore por mim,
Eu já escrevi o meu nome nos seus olhos,
E todos os dias você se lembrará do meu amor,
Que não tem mais fim.
Sei que você não pode falar comigo,
Mais eu posso despedaçar as folhas dos tempos,
Nem que seja por um minuto,
Quero ver ainda a cor dos seus olhos,
Sem lagrimar as paixões por mim.
Eu estou aqui no mesmo lugar de sempre,
Nos iguais minutos e horas do sol,
E a chuva que molhou o meu coração,
Mais a vida é assim desse jeito,
Se houvesse condições eu roubaria o seu coração,
Na entrada dos portões da meia-noite,
Eu levaria para algum lugar,
Talvez pra Teresina, mais não posso,
Eu não tenho condições.
Você sabe disso e entende muito bem,
Sou um passarinho a procura de um galho,
Hoje, eu só quero olhar você, só de longe,
E o seu pai não teve a mínima compreensão,
Magoou a palha verde que move o meu coração,
Eu não posso me valer do meu único olhar,
Mais eu posso erguer uma montanha,
E fazer dela um alvoroço muito feroz,
Você ouviu o meu som ontem de madrugada?
Eu rasguei as linhas do tempo com o trombone,
Lá de cima da caixa d água do Morro do Alecrim.
Foi ali a minha despedida com o seu amor,
Sei que todo mundo ouviu na cidade,
Abocanhei com sabor as notas bem abertas,
E a primeira foi a metade do “Apache” que você tanto gosta,
E depois mandei pro ar o “Tema de Lara”.
E com desgosto, toquei a melodia “Sou Rebelde”
Em homenagem ao seu querido pai.
Também não podia deixar de zoar o “Dobrado dois corações”
E pra derramar mais as minhas emoções no meu rosto,
Eu toquei completo o “Cisne Branco” com notas de ouro,
E o vento lá no alto do Morro da Balaiada,
Levou o meu sopro para todos os lados,
E pra nós dois, lancei um sopro suave,
Digno de quem tanto te ama,
Com a minha embocadura já doída,
Mais levei muito afetuoso o “Carinhoso”,
Somente para você ouvir da sua cama.
E dos meus olhos saíram estrelas quando pensei em você.
Amor, eu vou sentir saudades do coral da sua igreja,
Bem como o barulho do trombone nos hinos,
Soando, soando e você me admirando,
Com os seus doces e majestosos olhos azuis.
Por isso, lhe peço não chores,
Não fique triste, não.
O que eu falei é pura verdade,
Você sabe que tudo eu fiz pelo nosso amor,
Atravessei perigos para lhe beijar e amar,
E pelo nosso amor vai ficar a minha saudade,
Rasgada em várias notas musicais.
E se eu for mesmo importante para você
Jamais ou em tempo algum você não me esquecerá,
Ao ler estes fracassados e desordenados versos,
Destrua, destrua mesmo com a luz solar,
Saiba que eu fiz com uma cópia para mim,
Para enfurnar nos milhões de letras esquecidas,
Do pobre poeta que ama o dia todo e as noites,
Não fique zangada, somente eu posso guardar.
Meu amor guarde apenas no seu coração as minhas palavras,
Aquelas palavras ditas no vento com seu endereço,
E queimadas pelo sol dizendo: Eu te amo.
Um beijo sem tocar nos seus lábios,
Um abraço sem estar abraçado,
E um só coração que parte sem rumo,
E outro que fica na minha saudade.
Adeus,
Erasmo, o teu bradador
Caxias, 19 de julho de 1979
Não fique triste, não,
O que falei é pura verdade.
Eu vou e volto no amanhecer,
A chuva que me molhou, é a vida,
E de tudo farei para não esquecer você.
Não, não quero que chore por mim,
Eu já escrevi o meu nome nos seus olhos,
E todos os dias você se lembrará do meu amor,
Que não tem mais fim.
Sei que você não pode falar comigo,
Mais eu posso despedaçar as folhas dos tempos,
Nem que seja por um minuto,
Quero ver ainda a cor dos seus olhos,
Sem lagrimar as paixões por mim.
Eu estou aqui no mesmo lugar de sempre,
Nos iguais minutos e horas do sol,
E a chuva que molhou o meu coração,
Mais a vida é assim desse jeito,
Se houvesse condições eu roubaria o seu coração,
Na entrada dos portões da meia-noite,
Eu levaria para algum lugar,
Talvez pra Teresina, mais não posso,
Eu não tenho condições.
Você sabe disso e entende muito bem,
Sou um passarinho a procura de um galho,
Hoje, eu só quero olhar você, só de longe,
E o seu pai não teve a mínima compreensão,
Magoou a palha verde que move o meu coração,
Eu não posso me valer do meu único olhar,
Mais eu posso erguer uma montanha,
E fazer dela um alvoroço muito feroz,
Você ouviu o meu som ontem de madrugada?
Eu rasguei as linhas do tempo com o trombone,
Lá de cima da caixa d água do Morro do Alecrim.
Foi ali a minha despedida com o seu amor,
Sei que todo mundo ouviu na cidade,
Abocanhei com sabor as notas bem abertas,
E a primeira foi a metade do “Apache” que você tanto gosta,
E depois mandei pro ar o “Tema de Lara”.
E com desgosto, toquei a melodia “Sou Rebelde”
Em homenagem ao seu querido pai.
Também não podia deixar de zoar o “Dobrado dois corações”
E pra derramar mais as minhas emoções no meu rosto,
Eu toquei completo o “Cisne Branco” com notas de ouro,
E o vento lá no alto do Morro da Balaiada,
Levou o meu sopro para todos os lados,
E pra nós dois, lancei um sopro suave,
Digno de quem tanto te ama,
Com a minha embocadura já doída,
Mais levei muito afetuoso o “Carinhoso”,
Somente para você ouvir da sua cama.
E dos meus olhos saíram estrelas quando pensei em você.
Amor, eu vou sentir saudades do coral da sua igreja,
Bem como o barulho do trombone nos hinos,
Soando, soando e você me admirando,
Com os seus doces e majestosos olhos azuis.
Por isso, lhe peço não chores,
Não fique triste, não.
O que eu falei é pura verdade,
Você sabe que tudo eu fiz pelo nosso amor,
Atravessei perigos para lhe beijar e amar,
E pelo nosso amor vai ficar a minha saudade,
Rasgada em várias notas musicais.
E se eu for mesmo importante para você
Jamais ou em tempo algum você não me esquecerá,
Ao ler estes fracassados e desordenados versos,
Destrua, destrua mesmo com a luz solar,
Saiba que eu fiz com uma cópia para mim,
Para enfurnar nos milhões de letras esquecidas,
Do pobre poeta que ama o dia todo e as noites,
Não fique zangada, somente eu posso guardar.
Meu amor guarde apenas no seu coração as minhas palavras,
Aquelas palavras ditas no vento com seu endereço,
E queimadas pelo sol dizendo: Eu te amo.
Um beijo sem tocar nos seus lábios,
Um abraço sem estar abraçado,
E um só coração que parte sem rumo,
E outro que fica na minha saudade.
Adeus,
Erasmo, o teu bradador
Caxias, 19 de julho de 1979