Lâmpida

óia lá, disse o gado, que é o távio chegando c’um vaga-lume gigante ou é et ou é vela que não queima, s’acende?

é uma lâmpida, gente, e é de última ponta...

é verdade?

ói quem conta, é verdade, é verdade!

e o que qu’isso faz?

isso acende e apaga, isso faz e desfaz.

lá no rio, tem muita, e aqui não tem nada. e é por isso, minha gente, que eu trago pr’o’cês, e despôs pra tudo que é casa aqui do maucebo, o dvento da luz

é o távio, minha gente, ele manda e desmanda, é o távio, minha gente.

mas só tem uma coisa, é que tal do governo, não apóia quem tenta fazer pelo povo, aqui no sertão, onde não tem nada, onde só tem vento.

e que coisa que é essa, seu távio, que a gente fazia vaquinha e matava vaca se fosse pá pagá

não é pra pagar, que essa coisa é mais fácil, sabe as eleição? é só me votar que logo eu resolvo o pobrema das lâmpida, o pobrema da água. é só me votar, é só me votar.

então, disse o gado, sinhô conta c’u’a gente

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 18/04/2010
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