Lâmpida
óia lá, disse o gado, que é o távio chegando c’um vaga-lume gigante ou é et ou é vela que não queima, s’acende?
é uma lâmpida, gente, e é de última ponta...
é verdade?
ói quem conta, é verdade, é verdade!
e o que qu’isso faz?
isso acende e apaga, isso faz e desfaz.
lá no rio, tem muita, e aqui não tem nada. e é por isso, minha gente, que eu trago pr’o’cês, e despôs pra tudo que é casa aqui do maucebo, o dvento da luz
é o távio, minha gente, ele manda e desmanda, é o távio, minha gente.
mas só tem uma coisa, é que tal do governo, não apóia quem tenta fazer pelo povo, aqui no sertão, onde não tem nada, onde só tem vento.
e que coisa que é essa, seu távio, que a gente fazia vaquinha e matava vaca se fosse pá pagá
não é pra pagar, que essa coisa é mais fácil, sabe as eleição? é só me votar que logo eu resolvo o pobrema das lâmpida, o pobrema da água. é só me votar, é só me votar.
então, disse o gado, sinhô conta c’u’a gente