Beijos que quis

Beijos que quis

Como quis teu beijo merecer.

Qual um presente almejado,

Como sonhei do hálito o aroma.

Ousada, devaneei...

Desejei desvairada e com sofreguidão,

A invasão da tua língua, umidificada,

O céu da boca pedia, ansiava,

Lábios tremulavam ávidos pelo teu sumo.

Quanto quis perder-me em teus beijos,

Queria achar da tua boca o caminho,

E sem ela não subsistir,

Insone imaginava ardências,

Lábios queimando de tanto os teus averiguar.

Como quis quanto ambicionei.

Minha boca sorvida, sustento teu,

Cheia e avolumada pelos teus arroubos,

Nossos líquidos entornados,

Escorrendo pelos cantos, beijos transbordados.

Ousei a expectativa de beber teus beijos,

Quis o derramar,

O perder o ar,

Afogar sem emergir...

Era certo, queria o teu perscrutar,

Que consumasses a descoberta,

Segredos nos lábios guardados...

Quanto delírio foi,

Soube o gosto, o doce do teu salivar,

Conheci os sais, águas de ti traguei...

Provei as partículas, compreendi a textura,

Minha boca copulou com a tua...

Teus lábios nos meus avançaram

Os meus deitaram eternos nos teus...

Tudo sem te saber,

Sem nunca rigorosamente te ter...

Assim eu quis como quis quanto quis...

Dar-me em beijos plenos, infindos, únicos

Dar-me em beijos para ti.

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 16/04/2010
Código do texto: T2201586
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