Beijos que quis
Beijos que quis
Como quis teu beijo merecer.
Qual um presente almejado,
Como sonhei do hálito o aroma.
Ousada, devaneei...
Desejei desvairada e com sofreguidão,
A invasão da tua língua, umidificada,
O céu da boca pedia, ansiava,
Lábios tremulavam ávidos pelo teu sumo.
Quanto quis perder-me em teus beijos,
Queria achar da tua boca o caminho,
E sem ela não subsistir,
Insone imaginava ardências,
Lábios queimando de tanto os teus averiguar.
Como quis quanto ambicionei.
Minha boca sorvida, sustento teu,
Cheia e avolumada pelos teus arroubos,
Nossos líquidos entornados,
Escorrendo pelos cantos, beijos transbordados.
Ousei a expectativa de beber teus beijos,
Quis o derramar,
O perder o ar,
Afogar sem emergir...
Era certo, queria o teu perscrutar,
Que consumasses a descoberta,
Segredos nos lábios guardados...
Quanto delírio foi,
Soube o gosto, o doce do teu salivar,
Conheci os sais, águas de ti traguei...
Provei as partículas, compreendi a textura,
Minha boca copulou com a tua...
Teus lábios nos meus avançaram
Os meus deitaram eternos nos teus...
Tudo sem te saber,
Sem nunca rigorosamente te ter...
Assim eu quis como quis quanto quis...
Dar-me em beijos plenos, infindos, únicos
Dar-me em beijos para ti.