LUSÍADA
Cristais que brilham no espaço indefinido do céu.
A nostalgia do desejo invocou os meus sonetos,
Contrui estrofes de feitos assinaláveis,
Mas não consegui passar o cabo das Tormentas.
Desemboquei e não consegui voltar ao rumo antigo.
A água ficou mais fria,
Mas as sereias vieram cantar-me ao ouvido.
Aprendi na linguagem do mar o silêncio das tuas palavras.
Os sinais do farol foram o que eu quis ver de ti...
E o meu sonho era tão intenso e grandioso.
O velho do Restelo estava na praia quando lá cheguei,
Disse repetidamente que o caminho era ousado,
Não percebi que o desafio era um abismo.
Hoje encontro no mar as lágrimas perdidas de mim.