Lembranças de mim
Lembras de mim quando te deitas,
Olhando a estrela que brilha lá fora;
Buscando na mente a imagem nossa, espreitas,
Do dia, da tarde, da noite... Da hora.
Lembras do tudo vivido, do riso gemido;
Do entra e sai da viagem nua,
Do suor de prazer, do líquido sorvido;
E de que no ápice gritavas "sou toda Tua!".
Lembras das palavras, do ato de fato;
Do dito, que dito, tornou veredito...
Lembras das juras e de tantas perjuras,
Que atacam, maltratam e matam.
Lembras do carinhar... Do acariciar,
Que de tão especial, só em tocar fazia arrepiar;
Do gosto salobre... Do cheiro do amor;
Da brecha saliente à jorrar intermitente.
Lembras de mim ao ouvir a canção
Que embalou, na juventude, a emoção.
O caderno, a pergunta, a questão,
Que embalou em definitivo esse coração.
Lembras de mim no perfume no ar,
Num som, numa voz, num violão ou numa canção...
Do riso, da gargalhada estrondosa, ou da reflexão;
Das piruetas e piadas, e de tantas coisas engraçadas.
Lembras de mim quando tão triste sufocas.
Na mente, por um momento suplicas...Meu nome evocas.
"Onde estás meu amor?", procuras-me assim!
São apenas lembranças... Lembranças de mim.
Lembrando de ti, assim,
Consegui lembrar um pouco de mim...