O MEL DE SUA BOCA...

Poucas luzes, noite a dentro, luz de velas, teu olhar por um instante parou, de encontro aos olhos meus. Algo estava por acontecer.

Foi de repente que você se lançou sobre meus lábios.

Um beijo tímido, ansioso por ser aprovado, perigoso para uma boca desprotegida, guloso pelo prazer de minha língua, insinuoso para se deixar levar por meu gosto.

Misturamos tantos sabores: medo, renúncia, satisfação, imprudências, descobertas, entregas, frio, calor, certezas, receios, candura, fobação,

respeito...

A final de contas tudo isso envolve a busca pelo par perfeito, o que para muitos vai além da imaginação, revela-se pela suspeita da cara-metade,

Um companheirismo eterno para todos os momentos.

Não paramos, o beijo foi se prolongando...

Às vezes com sujeição para um desfecho ardente, outras... tão leve e delicado passeio, ação valsada daquelas línguas, que lançam a alma para um vôo sem limites.

Teus lábios procurando o encaixe, não havia intervalo para a separação, tudo se nutria em tamanha intensidade que o tempo foi passando e aquelas bocas se degustando, independentemente do que viesse depois.

Naquele tempo, fator preponderante, era a entrega ao beijo.

Narizes se cruzam, cantos molhados,

lábios sugados, tempo único,

para um único beijo,

dentro de tantos mostrados, ficará registrado

o mel de sua boca.

Charlie Becker
Enviado por Charlie Becker em 13/04/2010
Reeditado em 13/04/2010
Código do texto: T2194761
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