[Choro para a Lua]

[Somos profundamente humanos:

erra-me, erro-te, erramo-nos...]

Eu não faço parte

de "todo mundo",

não tenho sentimentos em comum,

nunca faço parte de torcidas,

não me comove o que comove

a "todo mundo" - eu sou duro:

eu não morro de amores,

eu não morro de temores,

por nada tenho ardores,

por nada tenho furores!

Aprendi desde cedo,

e a duras penas,

que só resulta mesmo

em aguada vergonha

chorar em ombro errado!

O certo, o trivial, o seguro é:

escolher um ombro amplo,

compreensivo, e sobretudo,

diferente de "todo mundo"!

E isto... existe!? Existe nada...

Ah, ao desamparo, pois...

Por isto, sou assim, vagante,

sou lobo de olhos errosos,

marcho só nas capoeiras,

e se eu mal me encontro,

evito os maus encontros!

Se choro, se sinto pena de mim,

então, eu choro para lua,

a loba solitária dos céus

[será que alguem já

chamou a lua disto?

Vulgaridade... besteira,

miolo de pote!].

Na sarjeta, onde águas correm,

e ao natural desamparo, pois!

[Penas do Desterro, 10 de abril de 2010]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 10/04/2010
Reeditado em 10/04/2012
Código do texto: T2188542
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