O amigo
Quando você fez um discurso, que foi uma tolice, e não disse nada com nada...
Eu bati palmas para não te magoar.
Quando você entrou na minha casa sem bater na porta e sentou-se...
Eu fiquei quieto por educação.
Quando você não deixou ninguém falar e a palavra esteve só contigo...
Não te repreendi para não perder o amigo.
Quando você falou mal de alguém e eu sem conhecer a outra pessoa...
Como sempre, te aplaudi.
Você se tornou chato e repetitivo, me anojou...
Não tive coragem de mandar-te embora.
Você quis me dominar a fazer só o que tu gostavas...
Fiz com nojo.
Você mentiu, fez-me caminhar à toa...
Eu ainda te perdoei.
Quando você me disse que o homem
só conhece as coisas que estão ao alcance das suas mãos,
eu concordei.
Você foi longe demais ao me dizer que Deus não existe.
Eu senti que você é daqueles que acredita que do nada
possa nascer a matéria.
Agora sim... Eu não te respondo mais nada.