Areia nos sapatos
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Daquelas manhãs de algodão
Na ampulheta do tempo
Guardo a fina areia dos sapatos
Que, como o teu vulto, aquece a praia.
Para não perder o rumo
Não os descalço nunca
E embora muito caminhe
A nova aurora não chega.
Chuto pedras, pulo ondas, danço ao sol
Até misturar ao riso o gosto de maresia.
Na memória o som de uma flauta
Cuja melancolia se dilui ao céu de abril.
Ergo os olhos para o infinito
E clamo ao vento do passado
Para que a virtude de saber-te amado
Sopre a tua face como um beijo.
Texto inspirado na poesia de mesmo nome
de Teris Henrique Filho
Imagem do google: Praia de Algodoal - PA