TE QUERO BEM
Te quero bem, é preciso que tu saibas. É um sentimento adulto, sério, refletido. É algo que chegou assim, de repente, surgiu espontaneamente como só o são as coisas verdadeiras.
Não é como a chuva de verão, passageira. É como a umidade do orvalho que se repete todas as noites. Não se assemelha ao luar que, por vezes, se esconde tímido por detrás das nuvens, reflexo pálido de um astro mais brilhante. É como o sol, forte, vital. Não se parece com o inverno, triste, acabrunhado. É como a primavera, suave, acariciante. Não se compara ao mar, violento, partido em ondas incertas. Ele é igual ao rio, calmo, vai lentamente se firmando, seguindo um rumo certo. Não é um sonho, resultado do meu desejo insatisfeito de gostar de alguém. Ele é real como a vida.
Te quero bem e nada sei de ti: se preferes o orvalho à chuva ou se em vez do sol, gostas do luar; se o inverno te faz ficar mais triste ou se a primavera te é indiferente. Não sei de nada. E de que adianta saber tudo isso? Saber apenas que te quero bem, é o que me basta.