Pedaços

Pedaços de nós dois foram ficando pela estrada,

desgarrando descuidadamente,

aos poucos,

tantinhos de quase nada...

A vontade de continuar sempre foi muita,

juntamos o que ficava,

seguíamos à frente,

o que ficava, ficava...

Do retrovisor avisto,

à vista,

bagagem espalhada.

Porta luvas vazio,

lembranças boas,

fotos e recordações,

amigos comuns,

malas,

esquinas vazias,

névoa seca,

faróis em luz baixa.

Não dói,

não traz alegria,

não me diz nada,

tudo valeu a pena

agora só há almas penadas.

Borboletas amarelas na pista,

arrevoada ,

casulos vazios ,

você não viu a virada.

Não há culpa,

não há dolo,

só a vida descuidada,

sem atenção aos sinais da via,

negligenciando a estrada.

Baronesa
Enviado por Baronesa em 07/04/2010
Reeditado em 07/04/2010
Código do texto: T2183511
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