O Tempo Perdoa
Ontem, eu vi a face do tempo
Pusilânime sobre mim
Atenta aos espasmos grotescos
Com a lustrosa adaga, retalhou-me.
Foi minando as éguas em pleno estro
Correu pra perto, com seu lado funesto
Desgostoso e abominável, fugiu de mim a bóia
Não estive na retenção das forras, virei ao avesso.
A face do tempo carregava sobre o pescoço, a estrábica cara da morte
Sorria bocas de padres almiscarados, gosto de vidas infames
Não pude compreender suas eruditas línguas, dialetos prásinos
Mas, pude fitar os olhos de foice, a despetalar vaidades.
O semblante pescado promoveu bovicídio da dor
A pena lancinante a galopar e a galhofar, trouxe-me um pacote
Prescrito e vacinado ao tempo do antídoto
Coagulou minhas angústias, ao rosto do perdão.