O Tempo do Balanço ...
Inevitável!
O tempo do balanço chegou. Tento fugir, mas ele me persegue.
E penso: quem ousou determinar que, nesta época do ano, seja necessário que se faça um balanço da nossa vida?
O balanço não poderia ser feito todos os dias ou, pelo menos, mensalmente?
Não, nesta época ele surge contundente todos os dias e, no meu caso, a procrastinação se faz presente e vou deixando para amanhã, na esperança de que o amanhã seja um tempo muito distante. Mas a passagem do ano se aproxima... Preciso fazê-lo! Preciso resgatar da memória os feitos, os desfeitos, os amores, os desamores.
Preciso enumerar quais os projetos que foram efetivamente realizados; quais as esperanças do ano anterior que se tornaram realidade; quais as conquistas que me deixaram feliz e quais as que não foram consideradas por pura ausência de percepção; preciso entender o porquê das surpresas boas ou ruins que apareceram; preciso pedir o perdão; medir o amor que foi dado e também o amor que me foi tirado; preciso medir a fé, especialmente em mim; a esperança que não pode desaparecer; os dias que fizeram diferença;
as pessoas que passaram a fazer diferença e as que deixaram de fazer diferença.
Quanta coisa!
Foram quase 400 dias vividos e neles tantas coisas aconteceram...
Alguns dias muito frios, mas acalentados por muita paz interior e, ao mesmo tempo, outros muito quentes com uma profusão de gélidos acontecimentos.
Mas vivi... sofri... amei... perdoei... realizei... e acabei mais próxima da minha família; granjeando mais amigos; conhecendo-me melhor; e tendo a certeza de que tudo valeu a pena.
Já não fujo mais! Nem de mim, nem dos outros...