Na poesia dos dias...
Águida Hettwer
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Por toda minha vida espero, misturar-me em tons sobre tons, colorindo a nudez da alma. Num caminhar peregrino sem pressa. Estive em vários lugares, pisando em solo árido, outrora em lamaçal, mas encontrei-me em mim mesma.
Quisera não apenas acomodar meus versos num papel, e sim nas brisas frescas das manhãs onde o sol se levanta na missão de secar as mágoas. Beber do cálice de poesia, transmutando verbos floreados de nostalgia. Ah! Quiçá garimpar emoções adormecidas, trazendo átona á vida.
Não esquecendo de fechar a porta da ilusão, despertando sonhos, risos e alegrias. As folhas das arvores caem despreocupadas, pois sabem que brotarão em todos os verãos. Os pássaros cantam em revoada, os rios seguem seus cursos, sem distinção.
Há amores tatuados na alma, sobrevivente no tempo e nas lágrimas. Retalhos de sentimentos caseados. Tenho um canto que encanta nos lábios, sabor de inocência e pecado.
Nessas ultimas linhas, curvo-me silente, as delicadezas dos gestos. Do amor, regado de ternura, das carícias que atravessam da pele a brandura. Das mãos entrelaçadas em juras.
05.04.2010