A que se vai
Cai a chuva!
A noite lancinante e lugúbre me fala de saudades,
ou de insuficiência de mim mesmo.
Neste andar a esmo sob a chuva que lava a alma,
a calma se vai, como se vão os sonhos,
lavados de coisa alguma.
Qual lamento triste, um portão range
a dor de sua despedida tão fria
como a chuva que lanha minhas costas com sua língua gélida.
O pior de tudo é que seu beijo de despedida
não vicejou o doce esperar de sua volta"