Paz negativa
Silenciei, desamei, amei-me, enfim.
Supus todas as alterações que,
de fato, haveriam de sucumbir aqui no meu peito.
Sucumdindo...
Eis-me diante dos teus presépios,
diante da tua imaginação,
adentrando os teus momentos de paz negativa.
Já ouviste falar em paz negativa?
Não?
Trata-se de ressaca amarga após várias noites de ilusão.
Trata-se de desengano que nos entorpece,
aí ficamos adormecidos,
como se tudo fosse calmaria,
e esquecemos,
e toleramos,
e somos injustos,
e sucumbimos...
E foi assim que procedeu: a paz negativa do teu corpo quente, resultado das noites de ilusões, aquela paz alcoólica e monóxida, cheia de modos tortos e afins pejorativos, acabou impregnada em meu colarinho.