Paz negativa

Silenciei, desamei, amei-me, enfim.

Supus todas as alterações que,

de fato, haveriam de sucumbir aqui no meu peito.

Sucumdindo...

Eis-me diante dos teus presépios,

diante da tua imaginação,

adentrando os teus momentos de paz negativa.

Já ouviste falar em paz negativa?

Não?

Trata-se de ressaca amarga após várias noites de ilusão.

Trata-se de desengano que nos entorpece,

aí ficamos adormecidos,

como se tudo fosse calmaria,

e esquecemos,

e toleramos,

e somos injustos,

e sucumbimos...

E foi assim que procedeu: a paz negativa do teu corpo quente, resultado das noites de ilusões, aquela paz alcoólica e monóxida, cheia de modos tortos e afins pejorativos, acabou impregnada em meu colarinho.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 03/04/2010
Código do texto: T2175050
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