Maria Ninguém
Curte a amizade. Simples e sem malícia .
Senão perfeita,ao menos que dê para a encomenda.
Quase nada espera.
Não faz par com a ironia, com quem judia
no dia-a-dia pouco inspirado.
O que resta tem que ser vivido com alguma intensidade.
Sem maldade. Não dá mais tempo pra imparcialidade.
Nem para a falsidade.
Existe a vontade de ser e ter amigos de verdade.
Voar livre em sonhos e fantasias sem tombos,
trancos, arroubos fora de sintonia.
Não guarda rancor, mas não se aproxima de
onde possa vir fealdade.
Dá basta a vista de qualquer perversidade.
Ojeriza de estrelismos, brilhos enganosos ...
brinca e corre livre em risos .
Tem o 'pódio ' de quem percebe o fim sem troféu
e solta as pipas ao léu, sem objetivos.
Só cantando a intimidade com a bonança e a vivacidade.
Sem véu ou máscara protetora contra a autenticidade .
O que resta é para viver em fiel igualdade.
Sem núcleos, sem pontas, arestas,
sem clube dos bonzinhos, dos equivocados,
dos poderosos.
A sua alma em festa ou em mortalha
fazendo o gozo ou não ,
vive bem . Sabe reconhecer o que é bom .
Sem privilégios ou qualquer vaidade.
Segue a reta assim fazendo a sua verdade ,
da Maria-Ninguém a Maria-Felicidade.
Amor e amizade é o que ela quer e tem.
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Maria Ninguém- João Gilberto ( Carlos Lira)
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