Esperança Lacrada

O doce gosto da esperança lacrada. O sutil vento que rasga o rosto tentando levar-me de volta a realidade, mas já é tarde, me perdi dentro da angústia misturada com fé, gerando uma mistura confusa e perigosa que vive no meu interior. Já me esqueci de como é não te querer, não te desejar, não despejar injustamente todas as minhas esperanças em você. Eu tento não te esperar no meu final feliz, no meu sonho perfeito, mas é inevitável, seus olhos me atraem, cheios de amor e dúvidas, serenos e agitados, brilhantes e opacos, cheios e vazios. O meu eu antes de você não existe mais, foi apagado, dissolvido, esquecido como se nunca tivesse vivido, como se eu só me reconhecesse se você estiver vivo em mim. O amor vive camuflado aqui dentro, se mostra superficial e fácil para tentar viver sem a dor, para não machucar tanto a ferida que criou a sua ausência mas nem o descaso pode faze-lo ir embora, nem mesmo fingindo que ele não tem importância, que não arde nem dói, nada disso pode faze-lo ir. Eu espero que toda essa luta valha a pena, espero que seu olhar profundamente brilhante me recompense no final, espero que toda a dor desapareça quando seu sorriso iluminado surgir, espero e desejo com todas as forças que ainda me restam que, o seu abraço reconfortante surja no final, e que seus braços quentes e acolhedores me envolvam, fazendo-me sentir, outra vez, que cheguei ao céu. Se os meus olhos encontrarem os seus nada mais além do amor pulsante e fervente que habita em mim importará.