Talvez

Um talvez sempre me bastou, porque não agora? O meu sorrisinho irônico de canto da boca já está cansado, mas sempre volta, para responder as perguntas tão obvias sobre você. Já não disse um gênio que o amor não se explica, se sente? E como se sente! Eu sinto. Tu sentes. Ah se ele soubesse como ele me dói quase sempre. Se soubesse de todas as noites mal dormidas por pensar em seus cativantes olhos. De todos os copos que bebi para tentar esquecê-lo. De todos os cigarros que fumei para simplesmente "não-pensar". Acho que a principio ele iria rir, com aquele seu sorriso debochado, pensando que eu estava brincando. Depois arregalaria aqueles olhos, os olhos dos meus sonhos e diria "Não faça isso, meu amor". Provavelmente ficaria um pouco preocupado, mas não o suficiente para dizer mais do que isso. Porque não fazer, se a vida é minha? O fígado é meu, o pulmão é meu, mas eu sou dele? Haha. Irônico como o talvez sempre me serve, sempre me contento com as infinitas possibilidades que ele abriga dentro de si. Mas tudo o que sempre quis ter é a certeza. "Um dia após o outro". "Sempre juntando os pedaços" mas onde estão os pedaços dele que faltam se encaixar em mim?