JANÉR: UM SONHO
 
 
Uma nave de esperança
 
 
 
Tu estás tão perto de mim que chego a sentir o teu ofegante respirar. Tu estás tão próxima a mim, que chego a sentir o teu suave perfume de mulher. A proximidade é tão grande, que eu sinto o teu calor e o roçar leve dos teus cabelos de ouro. Estás tão próxima a mim, que é possível que já tenhamos trilhado os mesmos caminhos e pisado sobre essa mesma rua.
Nunca entendia porque o destino me fazia passear aos domingos, muito próximo a tua casa. Agora eu compreendo o porquê nós fazemos as coisas que não entendemos. Eu penso que estamos nos buscando há muito tempo, assim, eu me sinto como o perfume que rodeia a sua flor.
De glória em glória, na estrada desconhecida da vida nos aproximamos, graças e em função dos impulsos que as nossas almas passaram a sentir. Creio eu que sejas tu, a nave cheia de cachos loucos de esperança, que sempre navegou o mediterrâneo interno de mim mesmo. Sinto que estou sendo afoito ou pré-cognitivo, mas algo me fala baixinho nos escaninhos secretos do meu inconsciente que, mesmo não nos conhecendo pessoalmente, confesso envaidecido que tu já fazes parte de mim.
Tudo é possível e deve valer à pena, quando não se tem a alma pequena, mas esse é o meu grito, que vou mandá-lo ao infinito, esperando que ele não se perca nas dobras do tempo, pois amar, minha querida, é navegar com água, estrelas e beijos.
 
 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 31/03/2010
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