PLENILÚNIO NOS POUSOS DO AMOR
Pálida lua no leite da tua pele, pálida lua recém estava cheia e resplandecia plenilúnio, transparências prateadas entrando pela janela, enquanto pousavas no abraço , pássaro de arribação, andorinha perdida do seu bando, ferida em pleno vôo...Caíras ao sabor do acaso lentamente, sob ventos fortuitos,e assim mansa e tão docemente foras aninhar tuas penas manchadas de sangue e lágrimas naqueles braços... Perderas o rumo tentando encontrar caminho diverso daquele predestinado pela tua condição e história de vida. E neste tresloucado andar a esmo, apartada de tuas amarras, solta à própria sorte, mas aguerrida, ainda assim enfraqueceras pelas feridas dos desencontros. E enfim, em queda livre, asas feridas, aquela mão antecipara-se ao teu destino iminente, aqueles braços envolveram teu corpo exangue, a boca beijando tuas feridas e tal fortaleza bendita surgindo como dádiva de algum deus compadecido de tamanho infortúnio.
Pálida lua contempla o teu repouso, enfim , naquele abraço, uma trégua curadora e terna para uma viajante em desnorteado itinerário.