( mark chagall - imagens google)






      
    PLENILÚNIO  NOS  POUSOS  DO  AMOR





Pálida lua no leite da tua pele, pálida lua recém estava cheia e resplandecia plenilúnio, transparências prateadas entrando pela janela, enquanto pousavas no abraço , pássaro de arribação, andorinha perdida do seu bando, ferida em pleno vôo...Caíras ao sabor do acaso lentamente, sob ventos fortuitos,e assim mansa e tão docemente foras aninhar tuas penas manchadas de sangue e lágrimas naqueles braços... Perderas o rumo tentando encontrar caminho diverso daquele predestinado pela tua condição e história de vida. E neste tresloucado andar a esmo, apartada de tuas amarras, solta à própria sorte, mas aguerrida, ainda assim enfraqueceras pelas feridas dos desencontros. E enfim, em queda livre, asas feridas, aquela mão antecipara-se ao teu destino iminente,  aqueles braços  envolveram  teu corpo exangue, a  boca beijando tuas feridas  e tal fortaleza  bendita  surgindo como dádiva de algum deus  compadecido de tamanho  infortúnio. 
Pálida lua contempla o teu repouso, enfim , naquele abraço, uma trégua curadora e terna para uma viajante em desnorteado itinerário. 





tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 28/03/2010
Reeditado em 15/04/2010
Código do texto: T2164306
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