As ruas...

Olhá-las e não vê-las... Meus pedágios são pagos por isso...
Ao olhar as ruas.
Elas ditam aquilo o que é necessário... Ditos e ritos do sempre... Daquilo que desejam os asfaltos... Elas seguem... Eu contorno cada esquina... Existem viagens... Em tabelas grifadas nas tábuas dos sonhos...
Imaginei vários trechos... Alguns triângulos que cuidam dos carros... Os cartões que marcam a entrada e saída de quem chega...
Percorro o colo... A sede que se perde... Engulo as lágrimas... E salvo o que resta disso tudo, com um sorriso falho...
Às ruas, somos lançados... Laçadas as vontades em uma caixa de cristal...
Vejo-as pulsando em cada palavra que chega... E afago-as entre o escorregar dos dedos na face que ilumina os semáforos...
Ainda dito o que está correto... Não posso perder-me em linhas cruzadas... Mas, amo! Amo cada luz que ilumina os meus olhos...
A pele que deseja a minha... A minha que se enrosca nas tramas da vida... Esfolio-me em meus sonhos... Perco-me... Acho-me.
Sinto que existo além das ruas... Mas, elas ficam e vão... Eu, não! Ainda não sei.


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