Sonhando realidades

Passava o trem nas minhas imaginações,

e eu seguia, seguia, seguia.

Confiante e assíduo,

não tão idôneo para uma viagem rumo ao infinito,

mas, sem receios de não voltar.

E lá se ia o trem...

Levava almas,

trazia luzes,

levava a calmaria do meu interior, roubada e guardada no vagão mais íntimo.

E eu corria...

Corria atrás do trem, numa tentativa de alcançá-lo,

numa tentativa tosca de mudar seu rumo.

Por que não viria ao meu externo mundo de fantasias?

Por que não seriam seus movimentos mais uma melodia para a minha canção?

Passava o trem sobre minha visão !

E tudo tornou-se pastoso,

conturbado,

embassado.

Ia-se o trem, nas maravilhas, nas entrelinhas, no meu viver.

E o meu amor também era uma alma carregada,

e eu sonhando, metia-me nos fundos, alcançando, tateando não sei o quê.

Era a vida.

Era o trem.

Era apenas uma brincadeira do destino que,

através da figura daquele trem, me mostrava que a vida vai-se e leva consigo as maiores conquistas,

as maiores verdades,

os maiores anseios,

o que eu tenho de

mais valioso: os sonhos.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 25/03/2010
Código do texto: T2159349
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