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QUERO RECOMEÇAR DO ZERO
Nenhuma palavra potável eu fiz nascer do vazio do peito desfeito de você Estou sem cor, estou quebrada, sou fragmentos de louça destemperada, não tenho riso, nem sei gritar o que no peito aperta, coisas que nem a minha alma pode explicar. Não por acaso, estou abrigada no meu deserto particular e, sob a luz do luar, tento fazer meu corpo reverberar. Não vejo o chão onde piso. Temo a areia movediça porque nela, certamente, eu posso me afundar. Estou desfeita, ando por uma rua estreita com o medo de que, a qualquer momento, a morte possa me devorar. Não quero mais querer o quero, não quero gostar mais do que gosto, não quero mais ter o que tenho, não quero mais saber o que sei, não quero mais chegar aonde cheguei. Quero sair desse inferno e recomeçar do zero. Quero deixar brotar o explicável para afugentar de meu espírito a letargia desses meus últimos dias. Quero renascer das cinzas do carvão que ainda sopra uma fumaça intensa e na direção do vento caminha. Não posso demorar, porque necessito urgentemente de chegar em um novo lugar. Não preciso pensar, nem fazer planos, nem mirar em alguma direção, apenas ouvir meu coração e me despir para chegar completamente nua e não deixar que a vida roube de minha pele, a possibilidade de sentir uma nova emoção.
QUERO RECOMEÇAR DO ZERO
Nenhuma palavra potável eu fiz nascer do vazio do peito desfeito de você Estou sem cor, estou quebrada, sou fragmentos de louça destemperada, não tenho riso, nem sei gritar o que no peito aperta, coisas que nem a minha alma pode explicar. Não por acaso, estou abrigada no meu deserto particular e, sob a luz do luar, tento fazer meu corpo reverberar. Não vejo o chão onde piso. Temo a areia movediça porque nela, certamente, eu posso me afundar. Estou desfeita, ando por uma rua estreita com o medo de que, a qualquer momento, a morte possa me devorar. Não quero mais querer o quero, não quero gostar mais do que gosto, não quero mais ter o que tenho, não quero mais saber o que sei, não quero mais chegar aonde cheguei. Quero sair desse inferno e recomeçar do zero. Quero deixar brotar o explicável para afugentar de meu espírito a letargia desses meus últimos dias. Quero renascer das cinzas do carvão que ainda sopra uma fumaça intensa e na direção do vento caminha. Não posso demorar, porque necessito urgentemente de chegar em um novo lugar. Não preciso pensar, nem fazer planos, nem mirar em alguma direção, apenas ouvir meu coração e me despir para chegar completamente nua e não deixar que a vida roube de minha pele, a possibilidade de sentir uma nova emoção.