SE EU FOSSE HOMEM...
Fosse eu homem, e homem poeta, e homem poeta gênio, seria como um Mário de Sá-Carneiro que nunca se suicidou, por ter em si um Fernando Pessoa pleno da própria loucura sob as rédeas da sua mais louca lucidez.
Sendo eu mulher e mulher que duvida, a cada segundo e todo o tempo, de ser mulher poeta, mesmo medíocre, com o quê e com quem haverei de comparar os porquês do meu não-suicídio de todos os dias, meta diária e renovada, ainda que eu me mate, cada dia, por algumas causas perfeitamente conhecidas pela minha razão e por outras que a minha razão jamais, jamais será capaz de compreender?
Na manhã de 21 de março de 2010.