Paixão doentia
Temos um caso sério, sou apaixonada por ela. Não sou bissexual (sem preconceito), tampouco bígama, mas eu a amo loucamente!!! E sei que sou correspondida. Ela está sempre a me procurar, não tem hora, nem lugar. As vezes no campo, as vezes na cama, com sol ou com chuva. Pela manhã, à tarde ou no fim do dia, seja sob o luar da noite ou o frio da madrugada...
Ela me procura sempre e, inexplicavelmente, sempre me seduz essa desavergonhada... Quente, me beija a boca. Emocionada, pulsa em meu peito. Atrevida, dança diante do meu olhar aturdido. Dengosa, sussurra em meus ouvidos. Maliciosa me diz coisas libidinosas, aguça meus sentidos, me faz chorar, me provoca risos... Ela é assim, pavorosa... Ora mansa, ora desarvorada, ou ainda, mal amada...
Sua presença tem cheiro de leite materno mas no paladar agridoce, o hálito perfumado de dama da noite. Ah minha deusa, codinome sedução, entrega, cumplicidade... Basta um olhar fugidio, um pensamento, um lamento, um arrepio e pronto, vem às pressas enxugar a lágrima, desenhar o sorriso, acarinhar a alma, desfazer o mal entendido... Sei que tem coisas que diz só para mim, temos certas intimidades, exclusividades que são nossas, apenas nossas, eu sei, sinto assim... Conhece meus segredos todos, meus medos tolos e ainda assim, gosta de mim. Nosso amor é incondicional! Enfim, nosso caso é antigo, há muito está comigo. E, se por ventura se ausenta, a saudade é sem fim... Na sua ausência sou oca, tosca, quase louca... Me viro do avesso, procuro, desespero, perco o sono e arrefeço.
Minha paixão doentia tem nome. Seu nome é poesia.