Amor

Olho ao longe lembrando vagamente daquilo que chamávamos de amor. Sinto um vazio, uma eterna falta de você! É tudo muito vago, a gente foi rápido de mais, feito um trem-bala. Pensando melhor, qual de nós foi menos racional, qual de nós tentou menos? Não vou te culpar por tudo, nem mesmo quando for o culpado porque, apesar de tudo resta, lá no fundo, sentimento dorminhoco que tem medo de acordar. Medo de sofrer novamente, medo de amar sem ser amada e chorar sem ter motivos. Não foi assim que imaginei nosso conto de fadas, nem você deve tê-lo feito. Sei lá, tenho a impressão e até mesmo a intenção de sentimento excessivo. Pode até ser que esteja enganada, mas que o nosso “porque” de amar nunca foi um “porque” de amor, isso é um fato. Você queria me amar, mas não sentia amor, isso te doía e se refletia em mim. Pois é fato que, amor de amar é fatal, mas amor de querer amar é desleal ao coração, que se engana ao sentir e sofre por mentir. Mente quando diz que é eterno, quando pretende que seja, mente quando jura amor verdadeiro, quando ama verdadeiramente. Amor de amor, é amor que se planta a semente, cuida para que cresça e nunca morra. Sonho de amor é eternidade, é liberdade, é o que eu não sonhava com você a um certo tempo. Esperança, essa velha amiga eu esqueci, não sei bem o motivo, mas esse esquecimento vem de longa data. Desde quando você me questionou: “Como são os verdadeiros casais?”, que a esperança se foi pra longe, muito longe de mim. Uma certa dúvida se implantou e eu me perguntava se era a incerteza do que sentia ou se era o medo de apostar, não sei te dizer o motivo exato. Momentaneamente tive a impressão de que te deixava esvair por meus dedos finos e compridos, será?! Agora, mesmo que eu saiba, não importa quem errou, quem amou demais e quem amou de menos, quem quis muito e quem não quis nada, quem chorou e quem fingiu chorar. Afinal, isso vai te trazer de volta? Não sei se quero que você volte. Mas se você não voltar, terá sido tudo em vão. Não sei explicar, mas quando estou perto de você, um amor enorme floresce e me faz te querer e, quando estou longe, uma raiva e incerteza se apossam de mim e te querer é algo impossível. Como se você tivesse me atraído para sua armadilha e depois, tivesse me apunhalado brutalmente com esse tal de amor. Amor, amor, amor... palavra bonita essa não é mesmo? Amor que nega e permite, que tira e coloca, amor proporcional, amor incondicional, amor fatal. A gente foi indecente, inconseqüente, a gente não pensou direito, sei disso, tenho certeza. Tenho a minha parte de culpa nisso tudo, eu tenho consciência do meu erro bobo, e sei que aprendi com isso. Aprendi a te olhar por inteiro, te enxergar com defeitos, mas nunca esquecer as qualidades. Aprendi que amor doentio nunca é bom, amor possessivo machuca e mata. Mata silenciosamente, mata com vontade e crueldade, comete crime a sangue frio, não tem conseqüências. Você aprendeu a me olhar, me entender, aprendeu a me enxergar de verdade. Talvez tenhamos feito isso tarde de mais, porém, foi cedo o suficiente pra reconhecer que não dava mais. Não esperamos um dizer que odiava o outro, não esperamos um sair correndo, fugindo dos problemas, não esperamos ficar irracionais. Por isso, tenho grande admiração e consideração por você, porque você foi sincero e não se esquivou quando problemas se lançaram sobre a gente, você foi forte e me deu forças. Não como um namorado, não como um marido, mas como um amigo e até irmão, que sabia exatamente o que dizer para não me deixar desistir. Você, no fim das contas, foi herói.

Ju Druks
Enviado por Ju Druks em 15/03/2010
Reeditado em 15/03/2013
Código do texto: T2140586
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