O Céu E O Chão

Duas horas além céu

Cobras lampejam na estrada

Urram vaga-lumes e morsas

Fúfias relíquias estendem-se nos varais.

Poucos instantes

Onde chora o porco

Na calcinha da lama

A chafurdar as pessoas.

Balizam traseiros

Em pés de galinhas azuis

Grotesca a idéia e o desalinho

Sabem tudo o que tem o luar.

Na alameda das flores

A jaca funde-se com o chão

Tâmaras à contra-mão

Juram na cauda do cometa.

À senescência irreversível

Réproba fase pueril

Acende olhiagudo pavio

E a ponte donde olham, invisível.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 11/08/2006
Reeditado em 29/01/2008
Código do texto: T213928
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