O Vômito nos Serve de Refeição

Não posso ler-te

Meus alicerces são côndritos

Os átrios cantam preces aos ventrículos

Se tenho abatidas gazelas

De prontidão, leões assanham-se a limpá-las

Então, seguimos o protocolo do mal.

Não devo ser-te

Meus teoremas inválidos na regência do concerto

O pavor é o pavão do acerto

Temo pelas espingardas galhofeiras e inquisitórias

Nas fileiras das horas galopantes

Ato-me aos átimos e cânceres de instantes

Entorno a garrafa de pus

A goela queima, porém respira.

Não sei ter-te

Meu Apolo é o teu Édipo

Não nado suavemente pela tua corrente

Tuas certezas me são escapes

Apenas, dou-te altezas

Que rumam ao nervo ateísta da coragem

No reverso da margem degringolada

Atenção com os fiapos acerejados!

Meu negativos

São escatológicos embates

Mecônios e colostros

Ascos bolinados em santos de barro

Hão no estado imperfeito da gíria que breca

Eca!

A merda rejeitada te serve de almoço

Pecas pelo alvoroço?

Elas, tua essência.

Não sonho

Nem posso!

Quando poso de traste

Tua colombina de arraste

Mete à lógica ressequida

A carcaça escasseada

Punga fonte da manhã de enseada

E, por vezes, é fã da imagem vomitada.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 10/08/2006
Reeditado em 06/03/2008
Código do texto: T213595
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