O mundo começa a girar

Saquei minhas armas,

fui-me naquela nau,

sob os ventos,

tracejando-me nos horizontes matutinos,

co'as armas em punho,

co'o coração nas medidas.

Saquei minhas armas...

E o espetáculo já era findo,

e sobrei,

mais sobrante do que nunca,

sem batalhas,

sem inimigos,

sem uma sombra de duvida ou certeza.

Saquei minhas armas,

invadi os territórios alheios,

fiz a guerra,

viabilizei essa destruição...

Mas a terra tremeu,

e tudo veio abaixo,

e os mares se ergueram,

e o colapso me alcançou...

Perdi uma das armas.

Só me resta a fuga,

pois já se diz nesse meu nordeste tão seco:

preferir correr a ¨dar dois tiros e uma cerreira¨.

E agora o cenário é dúbio.

Duas guerras.

Duas execuções.

E quem será mais cruel:

o imperialismo em seus resquícios nas fronteiras ou

o império natural que ressurge nos centros das atenções?

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 11/03/2010
Código do texto: T2132420
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